sexta-feira, outubro 15, 2010

Tudo em mim é bruto ou embrutece.

Os gestos,
as palavras,
os pensamentos,
as atitudes,
os sentimentos.

Queria desculpar-me.

Desculpar-me contigo.

Mas sobretudo comigo.

segunda-feira, setembro 27, 2010

Noiserv



Estive no chapitô. E, apesar do despropositado tempo de espera entre restôs e bartôs, foi um concerto especial.

sábado, setembro 18, 2010

Da naturalidade

Acorda-se a meio de um sonho ou mesmo no fim de um pesadelo. Levantamo-nos, mais tarde ou mais cedo, por mais que pese o peito e se imaginem desculpas, porque há horários para cumprir, e a menos que aconteça uma catástrofe que nos envolva directamente, lá teremos de estar à hora certíssima a picar o ponto.

Comemos porque o corpo exige, lavamo-nos porque a sociedade exige, vivemos porque a vida exige. E vão-se riscando os dias de um calendário cheio deles, com menos cruzes do que aquelas que gostariamos.

Há quem diga que quem acorda assim está necessariamente deprimido. Como se a depressão fosse uma qualquer alteração de estado normal. Como se não fosse natural.

Se calhar acordo assim porque me faltam os pássaros, a relva, o mar, o amor.

Como diria Darwin, fazemos parte do mundo natural que nos rodeia, se esse mundo estiver constantemente a ser alterado, reduzido a pó, então passamos a não fazer parte de nada.

E não pertencer pode muito bem ser o melhor motor para a boa da depressão.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Still waiting for Godot

No bad news

Well, she's told, � Hold your buttons and look at the sky
Someone will fix things if you let your face dry
Keep your face near the earth and your heart beat high
And you may transcend the bad news �



Mm, hey little bird � hey little bird
Thank you for not letting go of me when I let go of you
Hey little bird � hey little bird
Thank you for not letting go of me when I let go of you
(Hey little bird � hey little bird)
Thank you for not (letting go of me when I let go of you)

O que seria de um Outono sem Doclisboa?

quarta-feira, agosto 11, 2010

A caminho







De Chaves, porque se diz que conhecermos muito bem as nossas raízes físicas e humanas ajuda a organizar a nossa personalidade.

quinta-feira, agosto 05, 2010

Muitos meses depois ele liga-me, pergunta-me como estou, o que tenho feito, se me refiz, se podemos beber um café enquanto falamos de coisas que já não importam.


Nuno, agora é tarde.

segunda-feira, julho 19, 2010

Qualquer coisa de proibido



Talvez aquele gesto de molhar o indicador na boca e sujar a lente das pessoas que lhe eram queridas.

Não era mais que um gesto de amor.

Não é Godard, mas é Godin


"Every new project (or career or relationship) starts out exciting and fun. Then it gets harder and less fun, until it hits a low point - really hard, really not fun. Winners quit fast, quit often and quit without guilt - until they commit to beating the right Dip for the right reasons."

Achievements

Em sete dias estive sete horas na piscina.

Já só me falta desenvolver a guelra.

quarta-feira, julho 14, 2010

Continuo assim


Desajeitada. Sem travões.

Cartas inéditas do espólio Jeremias



Amor,

O El Gordo só sai uma vez na vida, quando se tem a sorte bastante.

Estou bem: mais ginasticada, mais optimista, melhor cercada, com menos cafeína a correr-me nas veias. O sangue, esse, ainda corre azul.

Obrigada por perguntares.

Sumo na vida é o que eu te desejo, rumo na vida, um beijo.



Jeremias

terça-feira, julho 13, 2010

Extraordinário.


El tipo puede cambiar de todo, pero hay una cosa que no puede cambiar: no puede cambiar de passión.

quinta-feira, julho 08, 2010

Não são cor-de-rosa




Muitos vão acusar-me de gostar muito dele por ser mulher.

Mas eu tenho para mim que, independentemente de tantas e tantas coisas, as boas coisas prendem e ganham o mundo inteiro.

O segredo dos seus olhos




A ver muito em breve.

quarta-feira, junho 30, 2010

Carlos Moreira



O Carlos sempre gostou de fotografar, se calhar mais do que das próprias fotografias. Ou então, é ao contrário, não sei, ele há-de saber, ou não.

Bom, o que realmente interessa é que para nós (e para o Tejo também, mas isso são outras "Periferias") és o fotógrafo revelação de todos os meses do ano!

Parabéns e a boa da sorte!

Foto: Eu junto a uma foto de outro participante na exposição "Periferias". Campo Grande nº 185, até 4 de Julho.

segunda-feira, junho 28, 2010

Tenho em mim todas as galáxias do mundo

Ao pé de uma fonte a relva é sempre a mais verde


Passaram-se meses de areia fina a raspar-me na cara, nas pernas nuas, no peito seco; meses de areia não tão fina a riscar-me as meninas dos olhos, a meter-se ouvidos adentro, a acumular-se sobre as feridas.

Passaram-se meses de sol abrasador a queimar-me a pele tenra, os cabelos desidratados, as unhas quebradas.

Passaram-se muitos meses sob o sol, sobre e sob a areia, caminhando a arrastar, cuspindo as últimas gotas de água do meu corpo.

Passou-se tudo isso e muito mais de alguma coisa. E passados tão estranhos meses deparo-me com uma fonte cheia, que derrama, que chama, que anima.

Vou parar, deixar que a fonte me anime e brincar um pouco.

Não tardará que a fonte se transforme em poço. E, então,tudo será como deve ser.

domingo, junho 27, 2010

Um pai

Imagino um pai, como sempre imaginei, continuadamente, sem desvios, ou gradações de intensidade.
Imagino um pai que me mostra as ruas, as histórias por detrás das ruas, que me presenteia com auxiliares de ensino para praticar nas férias. Um pai que me quer pôr a ler, e que comigo se quer pôr a ler. Um pai alto, de mãos fortes, de sorriso aberto, que tem mais amigos do que eu algum dia serei capaz de alimentar. Um pai que me inscreve na natação, nos ateliers de pintura, no piano e no que mais houver.

Um pai que põe à prova todos os meus limites e capacidades e que sobretudo os estimula, convencendo-me de que serei capaz de uma data de coisas, sobretudo por o ter ao meu lado.

Um pai como nunca tive.

terça-feira, junho 22, 2010

Miradouros




A subida é árdua, dá-nos cabo dos joelhos e põe-nos suor no rosto, mas vale cada gesto empenhado.

Admirar Lisboa.

Porque há sempre tanto nela por descobrir. E quando já não houver restará ela e tudo o que até hoje nunca deixei de sentir por ela, com ela, nela.

quarta-feira, junho 02, 2010

Da inquietação

Talvez porque a maioria das vidas é demasiado extensa, há que dividi-la em fases. E é assim que vivemos, por fases.

E eu estou à pontinha de uma fase prestes a começar uma outra. Não foi uma ideia que se colou a mim de repente, pelo contrário. É um sentimento que se tem deitado comigo e acordado comigo de há tempos para cá.

O mesmo sentimento que me tem assaltado os pensamentos em horas de meditação, que tem mergulhado comigo, comido comigo, tomado banho comigo, sempre comigo.

O mesmo sentimento que me procura, me atazana, me domina, me traz vontade, energia e horizontes.

Instalou-se. O sentimento.

Vamos lá, então.

terça-feira, junho 01, 2010

Da náusea

Já dizia o outro que a existência precede a essência. Queria concordar com a ideia, até porque me dava jeito. Poder mudar tudo o que faz de mim o que sou para uma coisa melhor.

Mas mantenho reservas, e muitas. Estou mais inclinada para o bom do determinismo, aquele que nos põe a alma nuns carris e nos diz que até podemos escolher virar à esquerda ou à direita, que até podemos optar andar para a frente ou para trás, mas nunca, nunca descarrilar.

Nunca, mas nunca sair do traçado dos carris, porque não fomos talhados para nenhum outro tipo de caminho.

Não posso provar que a essência nos traça a existência (ainda bem), e quero acreditar que as circunstâncias, o número de saídas, o número de estações, o estado da via-férrea e etc, ajuda, ou não, a chegar ao que sou hoje.

Como criança

Acordei, hoje, embrulhada em soluços e lágrimas. Por casa não estava nenhum colo que me acalmasse e fortalecesse. É dia de semana, e de folga só eu.

Levantei-me rapidamente ao mesmo tempo que sacudi os sonhos para longe. Fiz o que tinha de ser feito.

É que "o Presente é tão grande. Não nos afastemos. Não nos afastemos muito. Vamos de mãos dadas."

quinta-feira, maio 27, 2010

Para quem tem Residência na Terra

WALKING AROUND

Sucede que me canso de ser hombre.
Sucede que entro en las sastrerías y en los cines
marchito, impenetrable, como un cisne de fieltro
Navegando en un agua de origen y ceniza.

El olor de las peluquerías me hace llorar a gritos.
Sólo quiero un descanso de piedras o de lana,
sólo quiero no ver establecimientos ni jardines,
ni mercaderías, ni anteojos, ni ascensores.

Sucede que me canso de mis pies y mis uñas
y mi pelo y mi sombra.
Sucede que me canso de ser hombre.

Sin embargo sería delicioso
asustar a un notario con un lirio cortado
o dar muerte a una monja con un golpe de oreja.
Sería bello
ir por las calles con un cuchillo verde
y dando gritos hasta morir de frío

No quiero seguir siendo raíz en las tinieblas,
vacilante, extendido, tiritando de sueño,
hacia abajo, en las tapias mojadas de la tierra,
absorbiendo y pensando, comiendo cada día.

No quiero para mí tantas desgracias.
No quiero continuar de raíz y de tumba,
de subterráneo solo, de bodega con muertos
ateridos, muriéndome de pena.

Por eso el día lunes arde como el petróleo
cuando me ve llegar con mi cara de cárcel,
y aúlla en su transcurso como una rueda herida,
y da pasos de sangre caliente hacia la noche.

Y me empuja a ciertos rincones, a ciertas casas húmedas,
a hospitales donde los huesos salen por la ventana,
a ciertas zapaterías con olor a vinagre,
a calles espantosas como grietas.

Hay pájaros de color de azufre y horribles intestinos
colgando de las puertas de las casas que odio,
hay dentaduras olvidadas en una cafetera,
hay espejos
que debieran haber llorado de vergüenza y espanto,
hay paraguas en todas partes, y venenos, y ombligos.
Yo paseo con calma, con ojos, con zapatos,
con furia, con olvido,
paso, cruzo oficinas y tiendas de ortopedia,
y patios donde hay ropas colgadas de un alambre:
calzoncillos, toallas y camisas que lloran
lentas lágrimas sucias.

Pablo Neruda

Boss ing around

segunda-feira, maio 24, 2010




Isto é tão bom e sabe tão bem que vou fazer uma pausa na vida sexual de Caim (um bem haja Saramago).

segunda-feira, maio 17, 2010

Sunday smile

Já não sei lembrar-me de ti.

Esqueci o tom da tua voz, a cor dos teus olhos abertos.

Esqueci quão rasgado era o sorriso, quão denso o abraço.

Esqueci as coisas boas e as más, esqueci-me.

Suspiro. Porque é um alívio sem preço.

Um alívio sem preço ter-me esquecido de ti.

sexta-feira, maio 07, 2010

If there is a choice

If it be your will
That I speak no more
And my voice be still
As it was before
I will speak no more

Da necessidade

Quase folga vem até mim e dá-me sopas e dá-me descanso e dá-me sol e vírgulas também.

quarta-feira, abril 28, 2010

Queria deixar aqui bem claro que amo sem condições estes dias cheios de luz.

O sol a entrar pelos orifícios das persianas puxadas até baixo.

O chilrear dos pequenos pássaros vizinhos do bairro. O cheiro a relva cortada, o café tomado à sombra de uma árvore.

A areia, o cheiro do creme, o som das bóias a esvaziar.

As noites quentes, cheias de vinho, ou mesmo imperial, e amigos, risadas e brindes.

Amo-te muito.

terça-feira, abril 27, 2010

Ginásio ou piscina?


Hum.. vai ser difícil escolher...

Meio ano e brinda-se com o vinho da casa

Enquanto levanto o copo penso num sem número de coisas.

Sei que passou muito tempo e que tudo acabou bem para todos, mas continuo sem perceber o porquê de há meio ano atrás me terem encostado ao muro de olhos vendados e terem disparado.

Devem ser as chamadas memórias de guerra.

segunda-feira, abril 26, 2010

E tu, já leste alguma coisa hoje?



Vamos fazer uma pausa n' A Montanha Mágica e trazer alguma frescura à coisa.
Agora estou com a Lolita.

Na minha boca, também, Lo-li-ta.

quarta-feira, abril 21, 2010

Este senhor é tal e qual o professor António Feijó




Composição

Foram os últimos a saber que estavam condenados.
Condenados a não partilharem mais do que uma frase.
Nada os faria ultrapassar o Ponto Final e nada os salvaria ante o próprio. Resignaram-se, compuseram-se, centraram-se e, aliviados, agarraram-se às libertadoras linhas tortas.
E assim se deixaram ir, de letra maiúscula em letra maiúscula à espera, talvez não de melhores, mas tão-só, de outros parágrafos (de preferência repletos de frases).

domingo, abril 18, 2010

"nasce um novo dia e no braço outra asa"

Não foi de repente que as coisas novas, boas, empolgantes e até mesmo merecidas surgiram.

Primeiro surgiu a vontade de as ter.

E agora é deixá-las chegar.

quarta-feira, abril 07, 2010

Incontornável

Não foi uma guerra feita de batalhas, ganhas nem perdidas. Foi uma batalha, uma guerra.

Morreram todos, numa mão cheia que encena um adeus.

Desapareceram todos e tudo. As mais velhas, os mais novos, o que ladrava, os cavalos, a rua, os cheiros.

Uma mão cheia suspensa no ar que dispara um adeus.

Uma mão cheia suspensa no ar.

Sem retorno.

sexta-feira, abril 02, 2010

Abril, outra vez

O mundo não acaba quando alguém parte, mas há muita coisa nossa que parte também.

Já vi partir duas pessoas em 28 anos, duas pessoas próximas, íntimas, minhas. Achei que dificilmente poderia continuar, que não continuaria. Mas continuei. Uns dias mais inconsciente que outros. E dias mais viva que nunca.

A nossa vida não acaba quando enterramos alguém, mas há muito pó a assentar nas roupas, muitos ciscos sobre a pele, muita terra sob as unhas.

quarta-feira, março 31, 2010

Kseniya Simonova no youtube

Para quem está com vontade de bater palmas e muito, muito mais.

Os devidos agradecimentos a quem de direito.

domingo, março 28, 2010


Eram já três da manhã, hora de Verão, quando ouviu estremecer a folhagem, podes vir a qualquer hora, dissera, mas ele não veio.
Não veio nessa noite, nem nas noites que se seguiram.
Chegaria pelas seis da tarde, hora de Inverno, quarenta e dois anos depois, quando já era tarde demais.
Mesmo para o chá.

domingo, março 21, 2010

Em cruz ilhada

Queria encontrar a combinação de palavras que tivessem o poder de te trazer de novo para perto de mim.

Tem sido uma cruzada, no café, à hora do lanche, à mesa com a sopa, na viagem de todos os dias, na vida de todos os dias que vivi no já longo espaço que me separa de ti.

Tenho procurado em livros de psicologia, sociologia, auto-ajuda, desenvolvimento pessoal, nos clássicos, e até em revistas e jornais, não vá suceder que já alguém a tenha encontrado, bastando-me a mim a simples e inglória, mas eficaz, reprodução.

Continuo à procura. Ensaio algumas combinações, em rascunho, em voz alta, em HD, em maiúsculas, minúsculas, assim e assado. São pesquisas intermináveis, olheiras que crescem sob as luzes dos candeeiros acesos até altas horas, candeeiros que desejam incendiar as tantas páginas que se vêem obrigados a alumiar.

Pode ser que não chegue à glória desse dia, pode até acontecer que, chegado esse dia, eu já não queira ter esse poder. Até lá, permanecerei ilhada de ti, à procura das coisas certas, e das palavras também.

Whatever, don´t matter

quarta-feira, março 17, 2010


Sempre gostei de homens. Juro.

Mas caramba nada se compara à deusisse de uma mulher. Uma mulher bonita.

terça-feira, março 16, 2010

A década nas coisas

Prontinho, já tenho título, agora falta escrever o livro.

Na minha cabeça nenhuma coisa me surge antes do nome, em último caso aparecerá em simultâneo, mas nunca antes.

Portanto, aqui fica o nome da coisa que se segue. E que belo nome, porque tem palavras (não gosto de títulos compostos apenas por uma palavra, que pobreza; menos ainda de títulos que são quase frases), tem metáfora, tem densidade, tem jogo.

É um nome absolutamente sublime, e como sei que não vou ser capaz de escrever coisa nenhuma, vou oferecer o nome à exposição que o Carlos vai fazer. Ele ainda não sabe, mas vou desafiá-lo a fotografar a década nas coisas, e eu quero participar.

Aguardem. Um sucesso, um sucesso.

Próxima aquisição


Levezinho, levezinho. Até parece uma coisa fácil.

A polpa dos Tricicle

Rir não é nenhum remédio. Não cura maleitas, nem retarda o aparecimento das rugas.

Mas vale muito a pena, especialmente se não tivermos de pagar.

Mas vá, eles merecem. E está ali o melhor do seu trabalho, pelo que nenhum cêntimo será desperdiçado.

Os Tricicle para mais uma corrida, com muita festa à mistura.

Uma década depois

terça-feira, março 09, 2010

I've got [your] smile

Só a cor não assusta



Hoje encontrei dentro de um livro uma velha carta amarelecida,
Rasguei-a sem procurar ao menos saber de quem seria...
Eu tenho um medo
Horrível
A essas marés montantes do passado,
Com suas quilhas afundadas, com
Meus sucessivos cadáveres amarrados aos mastros e gáveas...
Ai de mim,
Ai de ti, ó velho mar profundo,
Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios!


Poema do Sr. Quintana

Das portas que se fecham. E das que se abrem.

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Quando nos enganam redondamente, engolimos em seco e regressamos aos nossos 50 cm de pura ingenuidade.
O Roldão fechou portas, mas o Eterno Instantâneo fez voar um telhado inteiro.

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Um mundo à parte

A avó Gugu vai com toda a certeza concordar comigo, não porque ela seja de outros tempos, mas, essencialmente, porque terá outros valores.

As famílias modernas, não despropositadamente assim chamadas, porque afinal não são apenas famílias que são contemporâneas, são famílias modernas, cheias de modernices, cheias de pais e mães e meios irmãos.

Uma família moderna é assustadora, porque a Maria come o António, mesmo sendo namorada do Manuel. O Joaquim comeu centenas, e vai já no terceiro casamento. O Guilherme casado e com um filho sai de casa por uma qualquer e depois volta, passado muito tempo, muita miséria, muito sofrimento.

E depois é Natal, juntam-se todos numa grande confusão, onde há necessariamente gente a mais, gente que não é suposto estar ali.

E eu pergunto-me se isto é ainda uma família, ou se será já outra coisa.

Destreza