domingo, março 21, 2010

Em cruz ilhada

Queria encontrar a combinação de palavras que tivessem o poder de te trazer de novo para perto de mim.

Tem sido uma cruzada, no café, à hora do lanche, à mesa com a sopa, na viagem de todos os dias, na vida de todos os dias que vivi no já longo espaço que me separa de ti.

Tenho procurado em livros de psicologia, sociologia, auto-ajuda, desenvolvimento pessoal, nos clássicos, e até em revistas e jornais, não vá suceder que já alguém a tenha encontrado, bastando-me a mim a simples e inglória, mas eficaz, reprodução.

Continuo à procura. Ensaio algumas combinações, em rascunho, em voz alta, em HD, em maiúsculas, minúsculas, assim e assado. São pesquisas intermináveis, olheiras que crescem sob as luzes dos candeeiros acesos até altas horas, candeeiros que desejam incendiar as tantas páginas que se vêem obrigados a alumiar.

Pode ser que não chegue à glória desse dia, pode até acontecer que, chegado esse dia, eu já não queira ter esse poder. Até lá, permanecerei ilhada de ti, à procura das coisas certas, e das palavras também.