"É então que surges: o teu corpo, que se confunde com o das palavras que te descrevem, hesita numa das entradas do verso. Puxo-te para o átrio da estrofe; digo o teu nome com a voz baixa do medo; e apenas ouço o vento que empurra portas e janelas, sílabas e frases, por entre as imagens inúteis que me separaram de ti."
quinta-feira, setembro 27, 2007
quarta-feira, setembro 26, 2007
Vagabun Do Mar
Cortaram-lhe os dedos, arrancaram-lhe os dentes e coseram-lhe a boca.
Mais, congelaram-lhe o coração. E abandonaram-no numa jangada à deriva.
Um dia, depois de muita derivagem, bateu contra uma areia fina.
Levaram-no, descoseram-lhe a boca e descongelaram-lhe o coração.
Um dia, depois de muitos dias, mesmo muitos, abandonaram-no, simplesmente e sem mais, numa jangada à deriva.
Desta feita usou os braços como remos e não voltou a haver dia em que batesse contra o que fosse.
Mais, congelaram-lhe o coração. E abandonaram-no numa jangada à deriva.
Um dia, depois de muita derivagem, bateu contra uma areia fina.
Levaram-no, descoseram-lhe a boca e descongelaram-lhe o coração.
Um dia, depois de muitos dias, mesmo muitos, abandonaram-no, simplesmente e sem mais, numa jangada à deriva.
Desta feita usou os braços como remos e não voltou a haver dia em que batesse contra o que fosse.
terça-feira, setembro 25, 2007
quinta-feira, setembro 20, 2007
Dizem que não sabiam quem era
Só sabem que tinha um curriculum vitae, uma carta de apresentação e um namorado.
E, dizem, dizia sempre pelos sítios onde passava que, para que se soubesse, tinha um curriculum vitae, uma carta de apresentação e um namorado.
E assim vos digo, sabiam tão pouco que nunca souberam quem era.
E, dizem, dizia sempre pelos sítios onde passava que, para que se soubesse, tinha um curriculum vitae, uma carta de apresentação e um namorado.
E assim vos digo, sabiam tão pouco que nunca souberam quem era.
quarta-feira, julho 04, 2007
quinta-feira, junho 07, 2007
quinta-feira, março 22, 2007
O trangolomanglo
Esquivou-se-nos o dia 21 sem que lhe atirássemos com um poema à parede!
Xácara das dez meninas, de Mário Cesariny. Voz do sempre grande Mário Viegas.
Xácara das dez meninas, de Mário Cesariny. Voz do sempre grande Mário Viegas.
domingo, março 18, 2007
The american way
A propósito do filme Fur: An Imaginary Portrait of Diane Arbus, surgem ávidos curiosos em busca de qualquer registo da fotógrafa em moda. Saem de olhos confusos e mente invadida de imagens pouco comuns e difíceis de digerir. A curiosidade matou o gato...
domingo, março 11, 2007
quinta-feira, fevereiro 01, 2007
A pensar em ti, C.,
a Dica da Semana publicou, nos classificados de 25 de janeiro de 2007, o seguinte anúncio:
Precisa-se
Projecto híbrido único, mercado água, monte sua empresa com amigos ambiciosos, s/ investimento, com formação grátis por empresa internacinal, em Portugal há 5 anos Tel:96477740X
Coloquei a informação relevante em itálico, não fosse o anfíbio escapar-te!
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quinta-feira, janeiro 25, 2007
quinta-feira, janeiro 11, 2007
Presente às mijinhas
terça-feira, janeiro 09, 2007
Por detrás de um grande homem está sempre uma grande besta, indissociáveis. (Dentro de nós estamos nós, não o animal.)
We have strict statues and most biting laws,-
The needful bits and curbs to headstrong wills,-
Which for this fourteen years we have let slip;
Even like an o'ergrown lion in a cave,
That goes not out to prey. Now, as fond fathers,
Having bound up the threat'ning twigs of birch,
Only to stick it in their children's sight
For terror, not to use, in time the rod
Becomes more mock'd than fear'd; so our decrees,
Dead to infliction, to themselves are dead;
And liberty plucks justice by the nose;
The baby beats the nurse, and quite athwart
Goes all decorum.
Measure for measure
Deveis, pois, saber que há duas formas de combater: uma com leis, a outra com a força. A primeira é própria do homem, a segunda, das bestas. Mas como a primeira muitas vezes não basta, convém recorrer à segunda. [...]e uma sem a outra não é durável.
O Príncipe
segunda-feira, janeiro 08, 2007
O Tempo perguntou ao Tempo quanto tempo o Tempo tem
ACTO I
Uma segunda-feira. Um autocarro. Uma miúda. Uma mãe.
CINCOANOS (pensativa, olhando pela janela do autocarro que passa pela rua onde acontece todos os Domingos a bendita Feira do Relógio) Amanhã é a feira?
A Mãe abana a cabeça repetidamente na horizontal.
Depois de amanhã?
A Mãe abana a cabeça repetidamente na horizontal.
Depois de depois de amanhã?
A Mãe abana a cabeça repetidamente na horizontal.
Depois de depois de depois de amanhã?
A Mãe abana a cabeça repetidamente na horizontal.
Depois de depois de depois de depois de amanhã?
A Mãe abana a cabeça repetidamente na horizontal.
Depois de depois de depois de depois de depois de amanhã?
A Mãe abana a cabeça na vertical.
Pois, e depois é a escola.
sexta-feira, janeiro 05, 2007
terça-feira, janeiro 02, 2007
Dr. in the House
Sentia-se tão por dentro das coisas que não havia um dia, no café onde trabalhava, em que não misturasse galões com ortopantomografias.
Blogue epistolar
Excelentíssimos,
Xxxxxx xxxxxxx-xxx xx xxx xx! Xxx xxxxx xx xxxxxx xxxxxxx xx xxxxxxx, xxx xx xxxx xxxx xxxxxxx xxxxx.
Xxxxxxx, xxxx xx xxxx xxx xxxxxxxxx. Xxxxxx: xxxx, xxxx, xxxxxxx, xxx, xxxxxxxx x xxxxx. Xxxxx xxxxxx x xx xxxxx xxx xxxxxxxxx xxxxx xx.
Xxxxxxx xxx xxx xxxxx,
Xxxxxxxxxxxxxx,
Jeremias
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