E foi assim, acordamos sem nenhum perfume.
Não havia nada mais a fazer ali. Peguei em mim e embalei-me, tapei-me com tudo o que consegui e assim mais ninguém me viu. Mais ninguém.
Eu agora vivo aqui dentro. Não há voz, não há cor nem movimento que me denuncie.
Não há sequer o tempo que vejo passar ao olhar lá para fora.
As coisas que se atravessam diante dos meus olhos não são, simplesmente.
Continuo a olhar e o dia que se põe fica para sempre gravado. Queimado.
Não há chuva
som
tacto
não há uma simples cadeira no tecto para que descanse as mãos de tanto viajar.
Não há.
Olho de vez em quando para trás só para ainda ver onde ando. Qualquer dia não me encontro no meio destas luzes.