"É então que surges: o teu corpo, que se confunde com o das palavras que te descrevem, hesita numa das entradas do verso. Puxo-te para o átrio da estrofe; digo o teu nome com a voz baixa do medo; e apenas ouço o vento que empurra portas e janelas, sílabas e frases, por entre as imagens inúteis que me separaram de ti."
terça-feira, janeiro 26, 2010
quinta-feira, janeiro 21, 2010
quarta-feira, janeiro 20, 2010
terça-feira, janeiro 19, 2010
sexta-feira, janeiro 15, 2010
Um mundo à parte
A avó Gugu vai com toda a certeza concordar comigo, não porque ela seja de outros tempos, mas, essencialmente, porque terá outros valores.
As famílias modernas, não despropositadamente assim chamadas, porque afinal não são apenas famílias que são contemporâneas, são famílias modernas, cheias de modernices, cheias de pais e mães e meios irmãos.
Uma família moderna é assustadora, porque a Maria come o António, mesmo sendo namorada do Manuel. O Joaquim comeu centenas, e vai já no terceiro casamento. O Guilherme casado e com um filho sai de casa por uma qualquer e depois volta, passado muito tempo, muita miséria, muito sofrimento.
E depois é Natal, juntam-se todos numa grande confusão, onde há necessariamente gente a mais, gente que não é suposto estar ali.
E eu pergunto-me se isto é ainda uma família, ou se será já outra coisa.
As famílias modernas, não despropositadamente assim chamadas, porque afinal não são apenas famílias que são contemporâneas, são famílias modernas, cheias de modernices, cheias de pais e mães e meios irmãos.
Uma família moderna é assustadora, porque a Maria come o António, mesmo sendo namorada do Manuel. O Joaquim comeu centenas, e vai já no terceiro casamento. O Guilherme casado e com um filho sai de casa por uma qualquer e depois volta, passado muito tempo, muita miséria, muito sofrimento.
E depois é Natal, juntam-se todos numa grande confusão, onde há necessariamente gente a mais, gente que não é suposto estar ali.
E eu pergunto-me se isto é ainda uma família, ou se será já outra coisa.
quarta-feira, janeiro 13, 2010
Gossip
J- E tem um nariz esquisito.
V- Esquisito? Feio.
J- E os cabelos?
V- lol, quais cabelos?
V- Se o QI não a salvar...
J- Talvez o amor a salve.
V- Esquisito? Feio.
J- E os cabelos?
V- lol, quais cabelos?
V- Se o QI não a salvar...
J- Talvez o amor a salve.
sábado, janeiro 09, 2010
Miragem
A vida com ela é mais fácil.
Há mais dinheiro, mais amigos, mais festa. É tudo novo, ainda.
A vida com ela é uma lufada de ar fresco, porque é isso que as coisas novas nos trazem.
Passei meses em frente à porta do frigorífico, em sucessivos dias de Verão. Senti calor, os lábios secaram, só pensava em abrir a porta do frigorífico. Matar a sede. Que bom que seria.
Nunca estive sozinho naquela casa onde guardei o frigorífico. Mas era como se estivesse, pelo menos era esse o meu desejo e fiz de tudo para que isso acontecesse.
Só pensava em voltar a estar sozinho para abrir a porta, sentir a lufada de ar fresco. Matar a sede. Estar com ela.
Um dia ganhei coragem, importei-me mais comigo que com tudo o resto e abri a porta.
Sei que ao abrir aquela porta tudo à minha volta congelou, ficou frio e cruel. Mas isso não importa, porque eu matei a minha sede. Foram meses à espera de abrir aquela porta. Percebem?
Sei também que não poderei manter a porta do frigorífico aberta por muito tempo. Mas será o tempo bastante para matar de frio a pessoa que agora nem lembro, e será o tempo bastante para me sentir bem e feliz e acreditar que será bom para sempre.
A vida com ela é mais fácil.
Nunerico
Há mais dinheiro, mais amigos, mais festa. É tudo novo, ainda.
A vida com ela é uma lufada de ar fresco, porque é isso que as coisas novas nos trazem.
Passei meses em frente à porta do frigorífico, em sucessivos dias de Verão. Senti calor, os lábios secaram, só pensava em abrir a porta do frigorífico. Matar a sede. Que bom que seria.
Nunca estive sozinho naquela casa onde guardei o frigorífico. Mas era como se estivesse, pelo menos era esse o meu desejo e fiz de tudo para que isso acontecesse.
Só pensava em voltar a estar sozinho para abrir a porta, sentir a lufada de ar fresco. Matar a sede. Estar com ela.
Um dia ganhei coragem, importei-me mais comigo que com tudo o resto e abri a porta.
Sei que ao abrir aquela porta tudo à minha volta congelou, ficou frio e cruel. Mas isso não importa, porque eu matei a minha sede. Foram meses à espera de abrir aquela porta. Percebem?
Sei também que não poderei manter a porta do frigorífico aberta por muito tempo. Mas será o tempo bastante para matar de frio a pessoa que agora nem lembro, e será o tempo bastante para me sentir bem e feliz e acreditar que será bom para sempre.
A vida com ela é mais fácil.
Nunerico
sexta-feira, janeiro 08, 2010
Hallelujah
A paixão quando chega leva tudo atrás.
"I've been here before"
Just once.
Entretanto, encontrei quem se tivesse apaixonado por mim, e poderia ter ficado ali para sempre, creio.
Não fosse o referido tipo um poço de paixões, daqueles para quem apaixonar-se é ano sim, ano não.
Sem conotações positivas ou negativas, a paixão para mim merece um aleluia.
Não quero que se apaixonem por mim. Desta feita quero e vou apaixonar-me.
"I've been here before"
Just once.
Entretanto, encontrei quem se tivesse apaixonado por mim, e poderia ter ficado ali para sempre, creio.
Não fosse o referido tipo um poço de paixões, daqueles para quem apaixonar-se é ano sim, ano não.
Sem conotações positivas ou negativas, a paixão para mim merece um aleluia.
Não quero que se apaixonem por mim. Desta feita quero e vou apaixonar-me.
sexta-feira, janeiro 01, 2010
Barreiras
Num ano, agora passado, enlouqueci um pouco. Dei-me conta de como uma injustiça sem responsabilizados nos pode causar danos.
Há dívidas morais que não serão saldadas.
Este ano, agora chegado, vou enlouquecer um pouco mais fingindo que esqueci tudo, que há de facto uma barreira, muito mais física que psicológica, entre o último dia de 2009 e o primeiro de 2010.
Este ano, o meu mundo vai ficar maior e como me disse alguém:
"A tua vida recomeça agora. E estás a tempo de tudo. Tudo mesmo."
Agradeço muito aos meus amigos e família por, felizmente, continuarem onde realmente preciso deles: perto.
Obrigada e bons saltos.
Há dívidas morais que não serão saldadas.
Este ano, agora chegado, vou enlouquecer um pouco mais fingindo que esqueci tudo, que há de facto uma barreira, muito mais física que psicológica, entre o último dia de 2009 e o primeiro de 2010.
Este ano, o meu mundo vai ficar maior e como me disse alguém:
"A tua vida recomeça agora. E estás a tempo de tudo. Tudo mesmo."
Agradeço muito aos meus amigos e família por, felizmente, continuarem onde realmente preciso deles: perto.
Obrigada e bons saltos.
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