Quando há quatro anos esticou o braço para me oferecer o Homem Duplicado, eu juro ter visto uma luz à porta da caverna.
Entretanto, percebi que aquele título não tinha nenhuma mensagem subentendida.
Continuo a espreitar por trás das costas à procura dele. Mas ele está para lá do que a minha vista pode alcançar, e ele próprio não sabe bem quem é.
Quero acreditar que o meu pai é uma sombra distorcidíssima do seu arquétipo.
Afinal, pai, só queria um pouco mais do mesmo. Um pouco mais de ti.
Nem Chus Nem Bus
"É então que surges: o teu corpo, que se confunde com o das palavras que te descrevem, hesita numa das entradas do verso. Puxo-te para o átrio da estrofe; digo o teu nome com a voz baixa do medo; e apenas ouço o vento que empurra portas e janelas, sílabas e frases, por entre as imagens inúteis que me separaram de ti."
quinta-feira, outubro 27, 2016
segunda-feira, janeiro 20, 2014
terça-feira, fevereiro 14, 2012
quinta-feira, outubro 13, 2011
Ser capaz
Para a esquerda, direita ou em frente, há que seguir.
Para trás nunca foi caminho.
Mais uma mão que se levanta no ar para disparar um adeus.
Para trás nunca foi caminho.
Mais uma mão que se levanta no ar para disparar um adeus.
quarta-feira, setembro 28, 2011
Tudo isto é fado
Vem aí a inspeção do veículo automóvel e ainda o seguro anual.
É o mês do ano em que me ficam apenas alguns trocos para os cafés (ainda bem que não fumo) e alguns, só?, bilhetes para o Doc Lisboa.
Assim sendo, vou aproveitar e cuidar do bendito veículo automóvel, com a certeza de que há de passar-se um ano em que me compensará por tudo o que lhe dou neste mês.
Pegar todas as manhãs, desviar-se das paredes dos parques do Bairro Alto quando estou a sair já um pouco alheada de mim. Nunca fugir com estranhos, abrandar automaticamente sempre que vê um carro de polícia ou um peão e, acima de tudo, levar-me longe.
Já comprei as luvas brancas, como ele gosta, para poder raspar-lhe as pastilhas das portas, aspirar-lhe a cinza do chão, sacudir-lhe os almofadados, abrilhantar-lhe os plastificados, esfregar-lhe os vidros, enterrar os mosquitos, devolver as folhas secas à terra, pontapear-lhe os pneus para verificar o ar, colocar os cd's nas respectivas caixas e afastar as últimas areias do verão.
Tudo isto enquanto ele me dá música.
É o mês do ano em que me ficam apenas alguns trocos para os cafés (ainda bem que não fumo) e alguns, só?, bilhetes para o Doc Lisboa.
Assim sendo, vou aproveitar e cuidar do bendito veículo automóvel, com a certeza de que há de passar-se um ano em que me compensará por tudo o que lhe dou neste mês.
Pegar todas as manhãs, desviar-se das paredes dos parques do Bairro Alto quando estou a sair já um pouco alheada de mim. Nunca fugir com estranhos, abrandar automaticamente sempre que vê um carro de polícia ou um peão e, acima de tudo, levar-me longe.
Já comprei as luvas brancas, como ele gosta, para poder raspar-lhe as pastilhas das portas, aspirar-lhe a cinza do chão, sacudir-lhe os almofadados, abrilhantar-lhe os plastificados, esfregar-lhe os vidros, enterrar os mosquitos, devolver as folhas secas à terra, pontapear-lhe os pneus para verificar o ar, colocar os cd's nas respectivas caixas e afastar as últimas areias do verão.
Tudo isto enquanto ele me dá música.
quarta-feira, setembro 21, 2011
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